quarta-feira, novembro 28, 2007

Open your arms



dos Editors (The Back Room, Kitchenware 2005).

Fiquei um bocado desiludido com o segundo álbum deles. Tinha o desejo secreto que se transformassem numa espécie de Interpol mais apaixonados (os Editors são muito negros, mas parece haver sempre esperança na poesia deles). Ainda assim, o tiro ao lado parece ser sintomático de uma geração (Bloc Party, Interpol, Maximo Park...) que carrega o peso de um álbum de estreia em grande - por isso, estão perdoados enquanto se espera pelo próximo esforço, ao som desta "Open your arms", que não é - mas devia ser - a última faixa de The Back Room.

The blinding glimpse of the bleeding obvious.



Paul Bennett da Ideo fala de ideias simples, incluindo exemplos hospitalares muito interessantes.

terça-feira, novembro 27, 2007

sábado, novembro 24, 2007

All work and no play

makes James a dull, repetitive, anti-social, highly-stressed, narrow-minded, out-of-condition, sickness-prone boy.

on a cage, on antibiotics, adicionaria alguém.

Às vezes o Engenheiro de Cupertino diz o mesmo, mas ainda assim...

Deve ser "idosa" esta, mas ai vai:
Três num automóvel. Um engenheiro electrotécnico, um químico e um engenheiro da Microsoft.
De repente o automóvel dá sinais de avaria e pára. Os engenheiros olham uns para os outros perguntando-se o que teria ocorrido.
O electrotécnico sugere desmontar a parte electrónica do veículo e tentar localizar alguma falha que aí tenha ocorrido.
O químico, não percebendo muito sobre automóveis, sugere que talvez combustível utilizado por engano tenha provocado a avaria.
Então o engenheiro da Microsoft, como não tem muito conhecimento sobre nada, aparece, mesmo assim, com uma sugestão.
-Porque é que não fechamos todas as janelas, saimos, voltamos a entrar e abrimos as janelas de novo? Talvez volte a funcionar.

via José Camilo.

quarta-feira, novembro 21, 2007

A vida é dura para o gato anónimo























Ele foi rejeitado. Tinha "muito preto". Aqui fica o tributo em jeito de funeral, porque entretanto fiquei a gostar bastante dele. So it goes.

You can't always get what you want















Tem um finalzinho feliz bastante merdoso, mas é um gozo do caraças a 1ª época de Californication. Há quem lhe chame Triple X Files - e há por lá muita maminha -  mas de certeza que é gente invejosa que finge não achar piada ao regresso em grande do Mr. David "Mulder" Duchovny. Essa gente nunca se riu de si própria. E isso é uma tristeza. 

segunda-feira, novembro 19, 2007

Strangers



dos Portishead, in PNYC (Go!, 1998).

Cresci muito a ouvir esta. Já não nos encontrávamos há tanto tempo que adorei outra vez.

Did you realize no one can see inside your view?

O lugar onde me coloco

Não literalmente, como um tijolo. Mais como entre eles sem o cimento. 
Já imaginaste isso? Uma parede de tijolos sem o cimento - só o espaço entre eles. Em vez de uma parede terias um filtro. Ideia interessante: passava entre os tijolos ar, luz e água (se a atirasses com força). Se desses tempo suficiente terias vida do outro lado. Vida através de uma parede. E tudo o que tiveste de fazer foi retirar o cimento.

Como dizia, o lugar onde me coloco não é literal, é o local onde falta o acessório que define a função. Mais uma definição para levar para a escola. Ele não é literal: ele é acessório, ele define a função, ele é filtro. Porra deve ser importante. Merda, ele só tem insónias. 
Mas revendo,
Parede: filtro de tijolos preenchido por cimento. 
Cimento: acessório, não literal, definidor de função (importante). 
Tijolo: junto com cimento dá parede; sem o mesmo, adquire a singularidade própria de objecto desordenado, bruto, mas encantador. Útil em potência, cheio de potencialidade, coitado. "Poderia ser tão boa parede se se esforçasse um bocadinho"
(não adoras quando o "se" se repete?)

Ora, o lugar onde me coloco. Dentro de momentos (na verdade são umas horas) entre tipos inteligentes que admiro e alguns médicos. E outros médicos que por acaso admiro. Eles não são cimento, Deus nos livre de fazer deles acessório. Não me levem a mal, quando for grande quero ser como eles. A sério. É só que daqui a umas horas tudo isto vai parecer sinistro. Daqui a umas horas eu vou querer ter quatro anos, um triciclo, não, isso era pedir muito, um gelado servia e rir muito. Daqui a umas horas eu não sou cimento, não sou o espaço que o substitui por magia, nem a substância da minha condição me preocupa.

Daqui a umas horas eu vou ter sono. E este é o manifesto.

domingo, novembro 18, 2007

Coisas do Manuel Alegre

Quando abrires o armário tem cuidado
mais que versos falhados cartões melancolia
pode sair de repente o que não esperas
aquela cujo sol de um outro tempo
quando olha para ti ainda te mata.

Por isso tem cuidado: não abras as gavetas
talvez Deus esteja escondido
ao lado do retrato da primeira comunhão.
Não abras: pode soltar-se
o espírito
podem sair os mortos todos
as bruxas o diabo as cartas o destino
e aquela parte da tua vida que não cabe
não cabe em nenhum verso.

E se o bafo soprar?
Não abras
não abras as gavetas.

Pode sair a tua guerra
os aerogramas
as cartas escritas da cadeia
o amor o tempo as emboscadas
as longas noites de interrogatório
e também os duzentos metros livres
uma tarde de glória na Praia das Maçãs.

Este no pódio és tu.
Não queiras ver.
O que passou passou e não passou.

Deixa ficar o sol fechado no armário
o sol e a vida
não só poemas cadernos e retratos
mas também lâminas um pincel de barba
um pente
os pequenos nadas do teu quotidiano
antes do salto.
Tão inúteis agora.
Ninguém regressa à vida interrompida
mesmo que por dentro do armário
bata por vezes um coração.

Tem cuidado ao abri-lo.
Pode sair o que nunca imaginaste
um pedaço de Deus em papéis velhos
uma foto esmaecida
um amor rasgado
sabe-se lá o quê.
Alguém que não conheces
alguém que não sabes quem
alguém que aponta o teu retrato
e de repente diz: Ninguém.

de Manuel Alegre. Livro do Português Errante, Dom Quixote, 2001.

Isto andava por aqui perdido... hoje talvez encontre.

quarta-feira, novembro 14, 2007

Um baixo e uma bateria no Conan



Há uma versão desta Romantic Rights no álbum Romance Bloody Romance: Remixes & B-Sides por Erol Alkan que é uma coisa do outro mundo - não a encontro no YouTube... Por isso aqui fica esta com o Max Weinberg (aquele senhor de meia idade que entra a meio e é o baterista da E Street Band...) que não é má, e mostra o que é possível fazer com uma bateria, um baixo e uma atitude vinda do caralho.

terça-feira, novembro 13, 2007

quinta-feira, novembro 08, 2007

segunda-feira, novembro 05, 2007

Suspeito



Que o conteúdo da letra desta música seja sexual, mas de uma forma retorcida e agradável. Se eu soubesse escrever coisas como a segunda estrofe, não fazia mais nada.

Estou a redescobrir estes gajos e estou a gostar cada vez mais.
Leif Erikson dos Interpol (Turn on the Bright Lights, 2002).

She says it helps with the lights out
Her rabid glow is like braille to the night
She swears I'm a slave to the details
But if your life is such a big joke why should I care?

The clock is set for nine but you know you're gonna make it eight
So that you two can take some time teach each other to reciprocate

She feels that my sentimental side should be held with kids gloves
But she doesn't know that I left my urge in the icebox
She swears I'm just prey for the female
Well then hook me up and throw me baby cakes cause I like to get hooked

The clock is set for nine but you know you're gonna make it eight
All the people that you've loved they're all bound to leave some keepsakes
I've been swinging all the time think it's time I learned your way
I picture you and me together in the jungle it will be ok

I'll bring you when my lifeboat sails through the night
That is supposing that you don't sleep tonight

It's like learning a new language
Helps me catch up on my mime
If you don't bring up those lonely parts
This could be a good time
It's like learning a new language

You come here to me
We'll collect those lonely parts and set them down
You come here to me...

She says brief things her love's a pony
My love's subliminal

She says brief things her love's a pony
My love's subliminal

sábado, novembro 03, 2007

Kids with Cameras














Friends por Beshoy, que é um meninos egípcio com 8 anos.

Vão a kids-with-cameras.org e fiquem a conhecer este maravilhoso projecto e o documentário a que deu origem.

Poderoso

quinta-feira, novembro 01, 2007

Outro postal (este quarto era maior)



Com uma Olympus digital velhinha, que enche tudo de ruído. Uma excelente máquina, portanto. Todas as desculpas são boas para usar o Cutout e gostei do tipo de letra. Também gosto da foto, mas não tem nada a ver com a janela ou o televisor.