tag:blogger.com,1999:blog-108808512024-03-13T17:31:04.013+00:00meninos de coloTiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.comBlogger1262125tag:blogger.com,1999:blog-10880851.post-69111900669912384392020-04-19T12:17:00.003+01:002020-04-19T12:17:39.929+01:00Emperors of one idea<a href="https://www.lrb.co.uk/the-paper/v37/n05/adam-phillips/against-self-criticism" target="_blank">In the normal course of things, tragic heroes are emperors of one idea: they always under-interpret. Hamlet, we could say, is a great over-interpreter of his experience; and it is the sheer range and complexity of his thoughts – his interest in his thought from different aspects – that makes him such an unusual tragic hero. ‘Emerson was distinguished,’ Santayana wrote, ‘not by what he knew but by the number of ways he had of knowing it.’</a>Tiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10880851.post-53775987559619438862020-04-19T12:11:00.002+01:002020-04-19T12:11:41.319+01:00While our coffee grew chill in our cups<a href="https://granta.com/that-father-lost/" target="_blank">In all the rest of my life I will never reconcile this with any God I could dream of believing in.</a><br />Tiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10880851.post-24213310008730983352018-01-01T19:17:00.002+00:002018-01-01T19:17:48.745+00:00Carta a Fátima<br />
<div>
Lembras-te Fátima? era o que eu sempre te dizia, não somos nada nas mãos do acaso, e não há mais filosofia do que esta: deixar andar, tanto faz, hoje ou amanhã morremos todos, daqui a cem anos que importância tem isto, quem se lembrará de nós? quem se lembrará de mim? se nem tu já te lembras de mim agora, tu, a quem tanto amei, não te lembras, e foi há tão pouco, foi ontem, parece, que te levantaste e disseste: «Ficamos amigos como dantes»… E dizias: como dantes e era já noutro que pensavas, olhavas-me e nos teus olhos ria-se a traição, o prazer da liberdade, um desafio alegre, uma alegria provocante e desapiedada, ias a meu lado pela última vez e eu era já um estranho para ti, um fantasma a quem se concede, por caridade, uns momentos mais de companhia, algumas palavras vagas distraídas, um pouco de estima, talvez. Reparei: o teu corpo, oh corpo do meu prazer! oh carne virgem sangrando debaixo de mim! oh meu repouso e minha febre! o teu corpo outrora tão cativo e tão submisso, ficara de repente cerimonioso e esquivo, cauteloso, afastado, com um pudor forçado no puxares a saia sobre os joelhos, como se tivesse uma grande vergonha do despudor com que se dera antes…</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Dizias: como dantes e não era já nisso que pensavas, e não era já para mim que falavas, eu era uma coisa para esquecer, para deitar fora, uma coisa que se abandona caída no chão e se perde sem pena. Dizias: «adeus» e saías da minha vida com um aperto de mão desembaraçado, quase cordial um gesto de boa camarada, como se nada tivesse havido antes, como se não tivéssemos sido tantas vezes na cama, um dentro do outro, um no outro, um-outro diferente, uma coisa sublime: Deus Criador, como os míseros humanos só ali o podem sentir e saber; um Outro que éramos nós ainda, mas tão transtornados, tão virados para fora de nós, tão esquecidos do mundo e de nós, tão eficazes, tão leais, nós boca com boca, corpo a corpo, um sexo torturando um sexo, mordendo-se devorando-se, numa febre de chegar ao fim depressa, ao esquecimento, ao repouso. Disseste: adeus e eu odiei-te logo nesse minuto, como te odeio agora, não por ti ou pelo teu corpo que já me esqueceu noutros que vieram depois, mas porque morri ali naquela palavra, -morri entendes? -, perdi-me numa grande confusão, esqueci-me de ser eu, fiquei roubado do meu passado.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Hoje, encontrarias um outro homem; havia de rir-me do teu corpo, da sua entrega ou das suas traições, de tu me dizeres: «Vem» ou «Adeus…», ou «Não quero…». Hoje, saberias quem fizeste com uma só palavra, conhecerias um outro homem, que é obra tua, minha segunda mãe! Hoje, havia de rir ou chorar, era a máscara do momento; mas diria: tanto faz…, tanto me faz… Sabia-o!</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Luiz Pacheco</div>
Tiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10880851.post-10988977576938944642014-07-07T15:45:00.003+01:002014-07-07T15:45:48.102+01:00Tudo isto é fotografia<i><a href="https://www.youtube.com/watch?v=HeJjTQir9qA" target="_blank">Os números são factos, os números são a realidade. Em certo sentido, os números são como a fotografia. Já lá voltaremos.</a></i>Tiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-10880851.post-46020233587272445992014-06-22T16:37:00.004+01:002014-06-22T16:41:29.877+01:00Um método infalível para se decretar a morte<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div>
<i>As ruínas, com o acúmulo do tempo de abandono, deixam de ser recuperáveis e passam a ser "não-lugares sem memórias". Para muitos, tais não-lugares passam a não ter sentido e a ser desnecessários, o que legitima o acto destruidor como condenação inevitável. </i>(...) <i>Tornaram-se massa disforme, obsoleta, inóspita, por vezes até agressiva da paisagem envolvente: isto é, retiraram-lhe as valências que lhe justificavam o ser, antes de razões-outras conduzirem ao abandono e à inevitável transformação. É um método infalível para se decretar a morte.</i></div>
<div>
<br /></div>
<div>
Vítor Serrão. <i>Portugal em ruínas. Uma história cripto-artística do património construído</i>, 2014.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Sobre duas viagens de comboio, um apartamento pré-fabricado mas com o encanto daquele pé direito, a inscrição, as ruínas, a antropologia da modernidade, uma aula, morangos deixados cortados num frigorífico, um passeio ao fim do dia, um livro comprado no Pingo Doce (sem ser aberto) e uma conversa num arraial, ainda um regresso a casa por um caminho que eu não sabia que existia. Não é complexo: é a vida e está tudo bem.</div>
Tiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10880851.post-78756289278533860232014-06-21T08:22:00.001+01:002014-06-21T08:22:34.723+01:00Não se pode medir, calcular, torná-la obedientemente exacta.<div><i>Há quem persiga o poder, o dinheiro, a fama. Eu persigo a beleza. Não é uma escolha. É uma condenação. Sem beleza faleço. É um trabalho difícil, muitas vezes doloroso, cheio de revezes. Já passei dias e dias com as mãos na garganta apavorado que ela não volte a visitar-me. É difícil dizer o que é aquela poderosa presente ausência que nos oprime e agarra. Nunca está onde está, mas sempre um pouco mais longe, noutro sítio. Não são cores, imagens, sons, nem sequer a suave pele de uma mulher que me encantam. É o que está para além disso e que isso chama. A beleza corre o permanente perigo de a qualquer momento se desfazer em nada. É, na verdade, por completo insustentável. Não se pode medir, calcular, torná-la obedientemente exacta. É impossível provar que existe. Daí a urgência, o coração a bater na boca. A perseguição da beleza é uma corrida de obstáculos sem meta de chegada. Basta o som de uma voz para rasgar futuros. Basta uma fotografia de uma mala fechada sobre uma cama para abrir horizontes. Todos os cuidados são insuficientes. É um trabalho longo preenchido de mistérios. Se se procura controlar, escapa. Se se procura guardar, esvai-se entre os dedos. Tem de ser roubada com toda a rapidez e mantida no movimento que é só dela. Se se tenta parar, fixar, já não vale a pena. O dinheiro tem certamente as suas vantagens. Uma das poucas coisas que serve para várias. E a beleza não serve de nada. Atrapalha. Provoca desastres nas famílias, intoxica-nos até ao desmaio, não poupa nada. Devia ser proibida. É um escândalo no meio do mundo. É a causa do espantoso medo que é perdê-la. Não escolhi ser quem sou, este vício de que sou escravo. O que mais importa ninguém escolhe. Já tentei ser tantos para escapar de mim, para me desviar desta vida que me deram. E depois vem a beleza. Surpreendente ao virar de uma esquina. Um desejo marcado no ponto de encontro do aeroporto onde ficaremos para sempre abraçados. A tomar duche à minha frente. A irromper do nada. A primeira coisa que um qualquer fanatismo sabe que tem a fazer é demolir com a beleza. Com todo o direito, de todas as maneiras. A beleza semeia a desordem nas almas e nos corpos que anima. A beleza alimenta-se de uma liberdade particularmente virulenta. É impertinente. Não conhece regras. Vive da vida e de mais nada.</i></div><div><br></div><div>Pedro Paixão, <i>O mundo é tudo o que acontece</i>.</div>Tiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10880851.post-50517751055867141042014-05-19T17:56:00.001+01:002014-05-19T17:56:47.203+01:00The ambiguous, poetic or alienating<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.artuner.com/shop/ostiglia-centrale-elettrica/" target="_blank"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-gdqZoEq-3Cw/U3o3erKOy8I/AAAAAAAABqw/dfEVZA65pfM/s1600/Screen+Shot+2014-05-19+at+17.42.40.png" /></a></div>
<br />
<br />
Luigi Ghirri. <i>Ostiglia, Centrale Elettrica</i>, 1987.<br />
<br />
<i><a href="http://www.artuner.com/shop/ostiglia-centrale-elettrica/" target="_blank">The daily encounter with reality, the fictions, the surrogates, the ambiguous, poetic or alienating aspects, all seem to preclude any way out of the labyrinth, the walls of which are ever more illusory… to the point at which we might merge with them… The meaning that I am trying to render through my work is a verification of how it is still possible to desire and face a path of knowledge, to be able finally to distinguish the precise identity of man, things, life, from the image of man, things, and life.</a></i>Tiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10880851.post-17684115426063880592014-05-11T15:35:00.002+01:002014-05-11T15:35:53.241+01:00The destructive sublimeThe contradiction between the aesthetic and the moral seemed to reach a crisis toward the end of World War II, when photographers entered the concentration camps and saw for the first time the reality of the horror that had until then not been widely visible, though certainly rumored. One British photographer, George Rodger, solved the dilemma by refusing to contaminate a sense of outrage with any aesthetic dimension. Rodger, who would become in 1947 one of the cofounders of Magnum, found himself at one point in the act of photographing a pile of corpses, "subconsciously arranging groups and bodies on the ground into artistic compositions in the viewfinder." (In fact, Rodger was not the first photographer to arrange corpses for the camera—Alexander Gardner had staged some of his most famous images as well in photographing the aftermath of Gettysburg, but it took scholars more than a hundred years to figure that out.) Rodger's realization that he was treating "this pitiful human flotsam as if it were some gigantic still-life" led to a paralyzing self-consciousness: aware of the grotesque contradiction between aesthetic requirements and his sense of moral outrage, he stopped taking pictures.<br />
<br />
Miles Orvell. After 9/11: Photography, the Destructive Sublime, and the Postmodern Archive. <i>Michigan Quarterly Review</i> (2006), XLV, 2.Tiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10880851.post-72350983146666499002014-05-11T15:10:00.000+01:002014-05-11T15:14:42.365+01:00Insaciado.Depois de ter criado o conceito de Deus, o Criador, o homem deu por si insatisfeito. Com efeito, apesar do comprovado valor pragmático desta imagem, através da qual as artes nobres da música e da literatura, da arquitectura, da pintura e da escultura, juntamente com as artes menos nobres do homicídio, do furto e da exploração humana em geral, foram transportadas até às alturas, algo ficara ainda por concretizar: o impulso de curiosidade no homem continuava insaciado.<br />
<br />
[...]<br />
<br />
Assim, o significado mais profundo de uma máquina, a câmara, emergiu aqui na América, o altar supremo do novo Deus. Se isto é irónico, poderá igualmente ser significativo. Com efeito, apesar do nosso aparente bem-estar, estamos, talvez mais do que quaisquer outras pessoas, a ser esmagados pelo calcanhar do novo Deus, destruídos por ele. Não simpatizamos particularmente, como Natalie Curtis assinalou recentemente em <i>The Freeman</i>, com a atitude algo histérica dos Futuristas em relação à máquina. Aqui na América não estamos a lutar, como talvez seja natural fazer em Itália, para nos libertarmos dos tentáculos de uma tradição medieval e nos lançarmos nos braços neurasténicos do novo Deus. Temo-lo connosco e sobre nós como uma vingança, e acabaremos por ter de fazer qualquer coisa acerca disso. Não apenas o novo Deus mas toda a Trindade têm de ser humanizados para que não nos desumanizem a nós. Estamos talvez a começar a perceber isso.<br />
<br />
<br />
<i>Fotografia e o Novo Deus. </i>Paul Strand, 1922.Tiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10880851.post-84156338052939144092014-04-26T21:02:00.004+01:002014-04-26T21:04:41.679+01:00Yes, it's just a trick.<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="293" src="//www.youtube.com/embed/ARmUPcQ4dyU?rel=0" width="520"></iframe><br />
<br />
<br />
<i>This is how it always ends. With death. But first there was life, hidden beneath the blah, blah, blah... It's all settled beneath the chitter chatter and the noise, silence and sentiment, emotion and fear. The haggard, inconstant flashes of beauty. And then the wretched squalor and miserable humanity. All buried under the cover of the embarrassment of being in the world, blah, blah, blah... Beyond there is what lies beyond. And I don't deal with what lies beyond. Therefore... let this novel begin. After all... it's just a trick. Yes, it's just a trick.</i><br />
<br />
<i>La grande bellezza</i>. Paolo Sorrentino, 2013.Tiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10880851.post-91744020254747444682014-02-27T20:23:00.001+00:002014-02-27T20:23:41.989+00:00Um mundo à parteA constatação do carácter predatório da construção em relação ao território, aventura do acaso, oferece um panorama de conjunto traçado no descontrolo ambiental e no caos urbanístico, em grande parte causado por um desenvolvimento imobiliário apressado e por falta de instrumentos de previsão. Ainda assim, este descontrolo abriu espaço para alguns aspectos positivos, essencialmente evidentes no progresso social e económico paradoxalmente subjacentes a estes desequilíbrios e à desqualificação da ocupação do meio ambiente.<br />
Perante o cenário de catástrofe a reacção pública tende a ser fragmentadora, recusando o novo e concedendo <i>a priori</i> que qualquer tecido antigo e consolidado seja "belíssimo" e que qualquer projecto contemporâneo seja "horrível". A defesa e a preocupação em torno dos centros históricos, por exemplo, configuraram-se como uma espécie de hipocrisia: como se nos centros tradicionais existisse uma grande qualidade que a arquitectura contemporânea destrói, enquanto que "o resto" é considerado um mundo à parte onde se pode construir com leviandade.<br />
<br />
André Tavares, António Madureira, João Soares e Maddalena d'Alfonso. <i>Arquitectura em Portugal, um roteiro fotográfico</i>. São Paulo, 2003.Tiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10880851.post-36057070310900510722014-02-27T00:09:00.001+00:002014-02-27T00:09:48.799+00:00O suporte mínimo dessa edificaçãoA Rua da Estrada é um dos elementos mais legíveis da estruturação da urbanização excessiva. Num país histórica e profundamente deficitário em infra-estruturação, que só teve auto-estradas na década de noventa, era de esperar que a dinâmica de crescimento do pós-guerra tivesse que produzir edificação algures. As estradas e o que nelas havia (electricidade e telefone, quando calhava) eram o suporte mínimo dessa edificação com acesso garantido. É isso que explica, e não os bodes expiatórios do costume: especulação, défice de planeamento (no Antigo Regime, havia só uns planos para uns bocados de cidades e pouco mais), ilegalidade (ou a-legalidade?). Compactar isto na conversa do "feísmo" torna a realidade mais opaca e indiscernível.<div><br></div><div>Álvaro Domingues. <i>A Rua da Estrada</i>. Dafne, 2009.</div>Tiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10880851.post-59055628087310842252014-01-27T12:16:00.003+00:002014-01-27T12:20:32.810+00:00Nesse território<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://farm3.staticflickr.com/2873/12171003673_cf8dfde270_o_d.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://farm3.staticflickr.com/2873/12171003673_cf8dfde270_o_d.jpg" /></a></div>
<br /><span id="goog_525132053"></span>
<i><a href="http://www.publico.pt/cultura/noticia/vitor-goncalves-cineasta-para-todas-as-estacoes-1620987#/0" target="_blank">Numa primeira instância, interessa-me a minha relação com o espaço, não estou a pensar em narrativa alguma – não preciso de um corredor porque o herói vai passar por um corredor. É isso que faz com que um espaço adquira uma presença e uma realidade. Só no segundo momento é que pensei no actor Filipe Duarte naquele espaço. Mas não sou senhor daquilo que sinto. Fica uma espécie de enigma com o qual vou trabalhando. Há planos em A Vida Invisível que são planos de um filme secreto, de um outro filme, que eu rodei para além daquele que estava a rodar, e que só depois, ao serem integrados, adquiriram sentido. Aconteceu muitas vezes a cena estar a ser feita num determinado sítio e eu pegar na câmara para filmar, por exemplo, árvores noutro sítio. É como se estivesse a filmar com o sentido em movimento, filmo nesse território.</a></i>Tiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10880851.post-40744859600460903382014-01-23T23:06:00.000+00:002014-01-23T23:06:31.750+00:00Our splendid failure<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><i><a href="http://www.theparisreview.org/interviews/4954/the-art-of-fiction-no-12-william-faulkner" target="_blank">All of us failed to match our dream of perfection. So I rate us on the basis of our splendid failure to do the impossible.</a></i></span>Tiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10880851.post-44299305661811861362014-01-08T11:23:00.001+00:002014-01-08T11:23:31.741+00:00And you have to accept that and shift your expectation to accommodate what you observe<i><a href="http://www.aperture.org/blog/view-judgment-seat-quentin-bajac-conversation-philip-gefter/" target="_blank">I agree with you that photography is about perception of the world, even if we talk about photographers who stage work. But let’s focus on what we could call descriptive or documentary practice. The most interesting photographers in that field are those who manage to find a proper balance between perception and the idea. I was talking about this with Paul Graham a few weeks ago, who said that you can set out with the best possible idea, open your door, go outside, and the world changes that idea. And you have to accept that and shift your expectation to accommodate what you observe and evolve with it. What you produce in the end will probably be quite different from the initial idea. This is what photography is about. </a></i><br />
<i><br /></i>
<a href="http://photographsonthebrain.com/" target="_blank">via</a>.Tiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10880851.post-86888829968745199202013-12-30T12:42:00.001+00:002013-12-30T13:39:48.775+00:00Com dedicatória<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; background-color: rgba(255, 255, 255, 0); font-family: inherit;">De morte natural nunca ninguém morreu.<br />Não foi para morrer que nós nascemos,<br />não foi só para a morte que dos tempos<br />chega até nós esse murmúrio cavo,<br />inconsolado, uivante, estertorado,<br />desde que anfíbios viemos a uma praia<br />e quadrumanos nos erguemos. Não.<br />Não foi para morrermos que falámos,<br />que descobrimos a ternura e o fogo,<br />e a pintura, a escrita, a doce música.<br />Não foi para morrer que nós sonhámos<br />ser imortais, ter alma, reviver,<br />ou que sonhámos deuses que por nós<br />fossem mais imortais que sonharíamos.<br />Não foi. Quando aceitamos como natural,<br />dentro da ordem das coisas ou dos anjos,<br />o inominável fim da nossa carne; quando<br />ante ele nos curvamos como se ele fora<br />inescapável fome de infinito; quando<br />vontade o imaginamos de outros deuses<br />que são rostos de um só; quando que a dor<br />é um erro humano a que na dor nos damos<br />porque de nós se perde algo nos outros, vamos<br />traindo esta ascensão, esta vitória, isto<br />que é ser-se humano, passo a passo, mais.<br /><br />A morte é natural na natureza. Mas<br />nós somos o que nega a natureza. Somos<br />esse negar da espécie, esse negar do que<br />nos liga ainda ao Sol, à terra, às águas.<br />Para emergir nascemos. Contra tudo e além<br />de quanto seja o ser-se sempre o mesmo<br />que nasce e morre, nasce e morre, acaba<br />como uma espécie extinta de outras eras.<br />Para emergirmos livres foi que a morte<br />nos deu um medo que é nosso destino.<br />Tudo se fez para escapar-lhe, tudo<br />se imaginou para iludi-la, tudo<br />até coragem, desapego, amor,<br />tudo para que a morte fosse natural.<br /><br />Não é. Como, se o fôra, há tantos milhões de anos<br />a conhecemos, a sofremos, a vivemos,<br />e mesmo assassinando a não queremos?<br />Como nunca ninguém a recebeu<br />senão cansado de viver? Como a ninguém<br />sequer é concebível para quem lhe seja<br />um ente amado, um ser diverso, um corpo<br />que mais amamos que a nós próprios? Como<br />será que os animais, junto de nós,<br />a mostram na amargura de um olhar<br />que lânguido esmorece rebelado?<br /><br />E desde sempre se morreu. Que prova?<br />Morrem os astros, porque acabam. Morre<br />tudo o que acaba, diz-se. Mas que prova?<br />Só prova que se morre de universo pouco,<br />do pouco de universo conquistado.<br /><br />Não há limites para a Vida. Não<br />aquela que de um salto se formou<br />lá onde um dia alguns cristais comeram;<br />nem bem aquela que, animal ou planta,<br />foi sendo pelo mundo este morrer constante<br />de vidas que outras vidas alimentam<br />para que novas vidas surjam que<br />como primárias células se absorvam.<br /><br />A Vida Humana, sim, a respirada,<br />suada, segregada, circulada,<br />a que é excremento e sangue, a que é semente<br />e é gozo e é dor e pele que palpita<br />ligeiramente fria sob ardentes dedos.<br />Não há limites para ela. É uma injustiça<br />que sempre se morresse, quando agora<br />de tanto que matava se não morre.<br />É o pouco de universo a que se agarram,<br />para morrer, os que possuem tudo.<br />O pouco que não basta e que nos mata,<br />quando como ele a Vida não se amplia,<br />e é como a pele do ónagro, que se encolhe,<br />retráctil e submissa, conformada.<br />É uma injustiça a morte. É cobardia<br />que alguém a aceite resignadamente.<br />O estado natural é complacência eterna,<br />é uma traição ao medo por que somos,<br />áquilo que nos cabe: ser o espírito<br />sempre mais vasto do Universo infindo.<br /><br />O Sol, a Via Láctea, as nebulosas,<br />teremos e veremos até que<br />a Vida seja de imortais que somos<br />no instante em que da morte nos soltamos.<br />A Morte é deste mundo em que o pecado,<br />a queda, a falta originária, o mal<br />é aceitar seja o que for, rendidos.<br /><br />E Deus não quer que nós, nenhum de nós,<br />nenhum aceite nada. Ele espera,<br />como um juiz na meta da corrida<br />torcendo as mãos de desespero e angústia,<br />porque nada pode fazer nada e vê<br />que os corredores desistem, se acomodam,<br />ou vão tombar exaustos no caminho.<br />De nós se acresce ele mesmo que será<br />o espírito que formos, o saber e a força.<br />Não é nos braços dele que repousamos,<br />mas ele se encontrará nos nossos braços<br />quando chegarmos mais além do que ele.<br />Não nos aguarda – a mim, a ti, a quem amaste,<br />a quem te amou, a quem te deu o ser –<br />não nos aguarda, não. Por cada morte<br />a que nos entregamos ele se vê roubado,<br />roído pelos ratos do demónio,<br />o homem natural que aceita a morte,<br />a natureza que de morte é feita.<br /><br />Quando a hora chegar em que já tudo<br />na terra foi humano — carne e sangue —,<br />não haverá quem sopre nas trombetas<br />clamando o globo a um corpo só, informe,<br />um só desejo, um só amor, um sexo.<br />Fechados sobre a terra, ela nos sendo<br />e sendo ela nós todos, a ressurreição<br />é morte desse Deus que nos espera<br />para espírito seu e carne do Universo.<br />Para emergir nascemos. O pavor nos traça<br />este destino claramente visto:<br />podem os mundos acabar, que a Vida,<br />voando nos espaços, outros mundos,<br />há-de encontrar em que se continui.<br />E, quando o infinito não mais fosse,<br />e o encontro houvesse de um limite dele,<br />a Vida com seus punhos levá-lo-á na frente,<br />para que em Espaço caiba a Eternidade.</span><br />
<div>
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div>
<span style="-webkit-text-size-adjust: auto; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div>
<h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="margin: 0px; position: relative;">
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0); font-family: inherit; font-size: small;"><i style="font-weight: normal;">A Morte, o Espaço, a Eternidade</i><span style="font-weight: normal;">. Jorge de Sena.</span></span></h3>
</div>
Tiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10880851.post-71956763128094845762013-12-28T22:38:00.000+00:002013-12-28T22:38:11.854+00:00Major Tom<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="293" src="//www.youtube.com/embed/DCopS6BmZ0Y?rel=0" width="520"></iframe><br />
<br />
<br />
<i>Io e Te</i> (2012), Bernardo Bertolucci.Tiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10880851.post-39759216634944156542013-12-25T14:15:00.001+00:002013-12-25T14:15:26.279+00:00The irreducible logic of memory, dream and fantasy<i><a href="http://www.aperture.org/blog/redux-italo-calvinos-the-adventure-of-a-photographer/" target="_blank">It is, paradoxically, the compulsion to document that dooms photography to transgress the limits of the visible, opening up a terrain that belongs to the imagination rather than to empirical certitude. In his tribute to Barthes, Calvino described the capacity of language to speak about things “that are not”: this was its fundamental difference from photography. Yet, in this story, Antonino takes photography close to the inwardness of the imagination unshackled from the real, and to the irreducible logic of memory, dream, and fantasy. This is also the domain of fiction and, dare one say, of art. It is the rigorous unruliness of fiction— rather than the discursiveness of theory, or the objectivity of history—that becomes the mode in which Calvino fathoms the meaning and possibilities of photography. It is fiction that rescues photography from the risk-averse middle path of empiricism by toppling the eye, and the eye’s mind, into the abyss of the invisible.</a></i>Tiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10880851.post-70167809439596072172013-12-25T13:33:00.002+00:002013-12-25T13:34:31.415+00:00A reflection<a href="http://www.theguardian.com/artanddesign/2004/jul/25/photography1" target="_blank"><i>Despite, or maybe because of, his cavalier approach to his life and his art, William Eggleston belongs to that rare and disappearing breed, the instinctive artist who seems to see into and beyond what we refer to as the 'everyday'. Often his truly great photographs are a reflection of himself, mysterious and loaded with suggestion, hinting at some darker narrative that is unfolding just out of frame.</i></a>Tiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10880851.post-46407586177970846772013-11-27T22:12:00.002+00:002013-11-27T22:12:46.320+00:00O humanismo radical<i><a href="http://circodalama.blogs.sapo.pt/107511.html" target="_blank">Nessa altura, questionado sobre a justiça da luta pela independência do povo argelino e o terrorismo contra civis, Camus respondeu que acreditava na justiça, mas que poria sempre a sua mãe em primeiro lugar. Muitos acusaram-no de preterir o universal em favor do pessoal, denunciando o carácter anti-kantiano da sua frase. Mas nesta escolha – controversa, é certo – vê-se igualmente um imperativo ético em acção, o erguer de uma barreira contra a violência bem-intencionada e que tantas vezes descarrilou para a barbárie. Vê-se, em suma, o humanismo radical de Camus.</a></i>Tiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10880851.post-46384055530284718642013-11-24T19:06:00.001+00:002013-11-24T19:07:10.230+00:00A pioneer<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-Ffgo_Jt2E4s/UpJNfCiEp-I/AAAAAAAABkI/0fGhXmrInTo/s1600/PF4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="http://4.bp.blogspot.com/-Ffgo_Jt2E4s/UpJNfCiEp-I/AAAAAAAABkI/0fGhXmrInTo/s640/PF4.jpg" width="424" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; color: #999999; font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-size: xx-small;">Saul Leiter. Untitled. c. 1950.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="post-body entry-content" id="post-body-183807508014315694" itemprop="description articleBody" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #444444; font-family: Georgia, Utopia, 'Palatino Linotype', Palatino, serif; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 18px; orphans: auto; position: relative; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; width: 536px; word-spacing: 0px;">
<i><a href="https://www.youtube.com/watch?v=J7arEQR8PdA" target="_blank">I believe there is such a thing as a search for beauty.</a></i><br />
<div style="clear: both; font-size: 13px; font-style: normal;">
</div>
</div>
Tiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10880851.post-76554533487425433502013-11-21T09:42:00.000+00:002013-11-21T09:42:33.601+00:00Os dias côncavosA mudança. Nenhuma<br />
estação é lenta quando te acrescentas na desordem, nenhum<br />
astro<br />
é tão feroz agarrando toda a cama. Os poros<br />
do teu vestido.<br />
As palavras que escrevo correndo<br />
entre a limalha. A tua boca como um buraco luminoso,<br />
arterial.<br />
E o grande lugar anatómico em que pulsas como um lençol lavrado.<br />
A paixão é voraz, o silêncio<br />
alimenta-se<br />
fixamente de mel envenenado. E eu escrevo-te<br />
toda<br />
no cometa que te envolve as ancas como um beijo.<br />
Os dias côncavos, os quartos alagados, as noites que crescem<br />
nos quartos.<br />
É de ouro a paisagem que nasce: eu torço-a<br />
entre os braços. E há roupas vivas, o imóvel<br />
relâmpago das frutas. O incêndio atrás das noites corta<br />
pelo meio<br />
o abraço da nossa morte. Os fulcros das caras<br />
um pouco loucas<br />
engolfadas, entre as mãos sumptuosas.<br />
A doçura mata.<br />
A luz salta às golfadas.<br />
A terra é alta.<br />
<br />
Herberto Helder<br />
(a carta da paixão), <i>Photomathon & Vox</i><br />
Assírio & AlvimTiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10880851.post-14602486632283576212013-10-05T04:13:00.000+01:002013-10-05T04:13:21.522+01:00Holy Bible<i><a href="http://cphmag.com/review-holy-bible/" target="_blank">On top of that, there are many photographs of magicians (or circus acts) linked to “it came to pass.” Those images are just amazing, given how they subversive they are in their utter ridiculous playfulness. In fact, the magicians are much more subversive than the violent images linked to violent text. Here we have Broomberg and Chanarin asking whether power, religious or political, isn’t essentially just an act of trickery, a trickery that requires considerable skill and, crucially, the audience’s willingness to ignore the knowledge that it’s just trickery, not real magic.</a></i>Tiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10880851.post-38426583010285792652013-08-28T11:53:00.001+01:002013-08-28T12:51:21.924+01:00Stanzas, Sexes, SeductionsIt’s good to be neuter.<br />
I want to have meaningless legs.<br />
There are things unbearable.<br />
One can evade them a long time.<br />
Then you die.<br />
<br />
The ocean reminds me
of your green room.<br />
There are things unbearable.<br />
Scorn, princes, this little size<br />
of dying.<br />
<br />
My personal poetry is a failure.<br />
I do not want to be a person.<br />
I want to be unbearable.<br />
Lover to lover, the greenness of love.<br />
Cool, cooling.<br />
<br />
Earth bears no such plant.<br />
Who does not end up<br />
a female impersonator?<br />
Drink all the sex there is.<br />
Still die.<br />
<br />
I tempt you.<br />
I blush.<br />
There are things unbearable.<br />
Legs, alas.<br />
Legs die.<br />
<br />
Rocking themselves down,<br />
crazy slow,<br />
some ballet term for it —<br />
fragment of foil, little<br />
spin, little drunk, little do, little oh, alas.<br />
<br />
Anne CarsonTiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-10880851.post-19031105424506468022013-08-24T16:23:00.000+01:002013-08-24T16:24:02.912+01:00Understand meaning<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-vAtNBcSz6MI/UhjPVpitFgI/AAAAAAAABcU/hW2E-ywHu4E/s1600/86958.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="http://4.bp.blogspot.com/-vAtNBcSz6MI/UhjPVpitFgI/AAAAAAAABcU/hW2E-ywHu4E/s640/86958.jpg" width="443" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #999999; font-size: x-small;">Allan Sekula. Koreatown, Los Angeles. Da série Fish Story, Chapter One. 1992</span><br />
<br />
<div style="text-align: left;">
<i><a href="http://www.tate.org.uk/research/publications/tate-papers/production-view-allan-sekulas-fish-story-and-thawing-postmodernism#footnote1_gwtmwyw" target="_blank">For Sekula, a ‘critical representational art … that points openly to the social world and to possibilities of social transformation’ remains the only art worthy of an oppositional politics, as well as a necessary counter to a situation in which ‘the old myth that photographs tell the truth has been replaced by the new myth that they lie’. In other words, to understand the notion of the play of signifiers as licensing some absolute elasticity of signification is no less false than a belief in photography’s total and transparent objectivity. The task is, rather, to insist on the historical, social and institutional inscription of photographic meaning, of the place of photographs within different discourses and image regimes; in short, to understand meaning as delimited within changeable and overlapping contexts.</a></i></div>
</div>
Tiago Costahttp://www.blogger.com/profile/01059479301180302540noreply@blogger.com0