Os meus critérios de arrumação ficam muito aquém dos teus,
como toda a tua vida, e agora tu morreste.
Quem me vai ler poesia, quem me vai escrever poesia, quem
me vai oferecer poesia, quem me vai arrumar a poesia?
Inês da Fonseca Santos
domingo, julho 31, 2011
segunda-feira, julho 25, 2011
Na busca inconsciente
Escrevi pelo gosto de contar. Certamente o fiz também para pôr alguma ordem num caos emotivo. Mas enganei-me ao crer que seria possível esconjurar a memória. Na verdade, em vez de sepultar as recordações só consegui fortalecê-las, agravando o meu desassossego. E quando comecei a alinhar as palavras de novo temi errar, por não saber se elas traduziam o meu pensamento, ou se as usava na busca inconsciente de uma justificação.
J. Rentes de Carvalho, La Coca.
J. Rentes de Carvalho, La Coca.
terça-feira, julho 19, 2011
segunda-feira, julho 18, 2011
acusadoramente por si mismos y el resto
Ambos acordaban que el regreso de la sensibilidad pura era paralelo a la herejía por la obsesión estética. Las cosas verdaderamente tristes habían llegado a un punto de exacerbación tal que la historia del patito feo era la versión minimalista (el mito fundacional) que organizaba la tragedia de los muchos millones que tenían ojos, y se encontraban por tanto "observados y revelados como feos acusadoramente por si mismos y el resto".
Pola Oloixarac.
sábado, julho 16, 2011
O que em mim vê não sabe o que há-de pensar
Apesar de trivial o momento é um misto
de tristeza e beleza, eu regresso a casa
para ir buscar uma cadeira. Sentar-me-ei
debaixo de uma árvore. Antes, porém,
fico a ver-me fechar as janelas
uma a uma, o que em mim é visto
pensa que ainda não é uma despedida.
O que em mim vê não sabe o que há-de
pensar. É uma criatura sem queda para
a troca de impressões, a palavra coragem
ainda continua a meter-lhe medo e encontra
beleza no gesto de um homem visto
de costas a fechar janelas e portas.
Helder Moura Pereira, Se as coisas não fossem o que são.
de tristeza e beleza, eu regresso a casa
para ir buscar uma cadeira. Sentar-me-ei
debaixo de uma árvore. Antes, porém,
fico a ver-me fechar as janelas
uma a uma, o que em mim é visto
pensa que ainda não é uma despedida.
O que em mim vê não sabe o que há-de
pensar. É uma criatura sem queda para
a troca de impressões, a palavra coragem
ainda continua a meter-lhe medo e encontra
beleza no gesto de um homem visto
de costas a fechar janelas e portas.
Helder Moura Pereira, Se as coisas não fossem o que são.
quinta-feira, julho 14, 2011
Somewhere i have never travelled
somewhere i have never travelled, gladly beyond
any experience,your eyes have their silence:
in your most frail gesture are things which enclose me,
or which i cannot touch because they are too near
your slightest look easily will unclose me
though i have closed myself as fingers,
you open always petal by petal myself as Spring opens
(touching skilfully,mysteriously)her first rose
or if your wish be to close me,i and
my life will shut very beautifully,suddenly,
as when the heart of this flower imagines
the snow carefully everywhere descending;
nothing which we are to perceive in this world equals
the power of your intense fragility:whose texture
compels me with the color of its countries,
rendering death and forever with each breathing
(i do not know what it is about you that closes
and opens;only something in me understands
the voice of your eyes is deeper than all roses)
nobody,not even the rain,has such small hands
any experience,your eyes have their silence:
in your most frail gesture are things which enclose me,
or which i cannot touch because they are too near
your slightest look easily will unclose me
though i have closed myself as fingers,
you open always petal by petal myself as Spring opens
(touching skilfully,mysteriously)her first rose
or if your wish be to close me,i and
my life will shut very beautifully,suddenly,
as when the heart of this flower imagines
the snow carefully everywhere descending;
nothing which we are to perceive in this world equals
the power of your intense fragility:whose texture
compels me with the color of its countries,
rendering death and forever with each breathing
(i do not know what it is about you that closes
and opens;only something in me understands
the voice of your eyes is deeper than all roses)
nobody,not even the rain,has such small hands
E.E. Cummings
domingo, julho 10, 2011
In this world of silence, no truth exists
Tracings, 2009.
The only knowledge, wit or wisdom I have for now is that my paintings come from silence and a world of abandonment. In another world there is this wrestling and restless engagement with things such as aesthetics and truth in which I can sometimes aggressively articulate my experiences and carve them in stone as though unbreakable and, at the next turn, smash these tablets of truth with little regard for what, yesterday, was the law of belief. In this world of silence, no truth exists; there is the abandonment of power that truth manifestly becomes in that other world of dogma, ideology and aesthetic certainty. The silence becomes the painting, the painting comes from silence. It is the moment when painting is no longer an act of doing or making but of receiving. There is no ego shape here, no facilitative reply to aesthetic notions, whether historical or contemporary, there is only that desperate faith of the abandoned... and there is the discovery and rediscovery of 'Art' which is exhilarating.
Patrick Graham.
sábado, julho 09, 2011
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