domingo, março 24, 2013

insones

Fumam à janela, o vento frio
desfaz o fumo, os dedos tremem.
Não sabem uns dos outros,
espalhados pela cidade, mas
procuram as luzes ainda acesas
noutras casas. Noite dentro,
o silêncio dos que dormem
é uma afronta, desleixo pueril
de quem consegue ignorar
as facadas do tempo, a areia
entre os dedos, o sobressalto

José Mário Silva

2 comentários:

a ortónima disse...

confere. :)

Lipincot Surley disse...

e há tantos assim.