domingo, junho 10, 2012

Mas volta, volta sempre.

O que nós contemos é demasiado para acabar. Acredito que a imortalidade possa ser uma grande maçada, ainda por cima sabendo que nós humanos não somos flores que se cheirem. Mas admitamo-lo: viver sabe a pouco, mesmo quando se morre de excesso de vida. Não há refúgio possivel nestas alturas: leio Unamuno, leio Séneca, leio a minha Bíblia e não há santuário nem consolo. Depois passa. Mas volta, volta sempre. Estou zangado. Apetece-me grafittar esta cidade que está luminosa com a frase do Sénancour: «Se é do pó que viemos e é para o pó que vamos façamos que isso seja uma injustiça».

Nuno Miguel Guedes, "A vida tem morte a mais".

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