José Gil, A Arte como Linguagem (Relógio D'Água, 2010).
quinta-feira, dezembro 22, 2011
Ordena e corta o caos
O que faz uma linguagem? Kant mostra-o perfeitamente. As sensações vivem num caos e a linguagem ordena-as; o que faz uma síntaxe? Ordena e corta o caos e com isso vai permitir uma expressividade maior da sensação. Uma expressividade outra, dividindo a sensação e a expressão da sensação numa multiplicidade. É como a heteronímia de Pessoa, afinal. Isso significa que nós nos aproximamos da ideia de uma gramática intervalar: o que interessa não são os quadrados nem os círculos, que não são formas, o que interessa mesmo é o que, no mundo do não-objecto que é o mundo ontológico do branco abissal, se desenha como distância espacial intervalar. Chegamos à ideia de uma gramática intervalar, uma sintaxe intervalar e, portanto, uma linguagem que é, em si mesma, intervalar.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário