domingo, novembro 13, 2005

Ode ao grande preguiçoso


"A Arte não é a verdade. A Arte é uma mentira que nos ensina a compreender a verdade".

Pablo Picasso

como podes ver Sérgio, aqui ninguém ficou chateado... :)

8 comentários:

Sergio Figueiredo disse...

Pablo Picasso era um bocadinho charlatão. Renovou inúmeras vezes o seu estilo, reinventou-se ciclicamente e a partir do momento em que descobriu um que lhe enchia os bolsos deixou de se esforçar.

É como um médico que tira o curso e depois nunca mais volta a estudar.

bruno maia disse...

Sérgio, comparares a ciência com a pintura tem o seu interesse conceptual, ou filosófico... or whatever! Mas quer queiras quer não, a reinvenção não é só a alternância dos lugares, mas também da forma! E conhecendo minimamente o mais maximamente conhecido de picasso, a reinvenção de forma a que ele se votou é no mínimo fantástica!
Charlatão ou não, se calhar enchia-lhe os bolsos porque era o estilo no qual se desenvolveu mais e produziu melhor... e por isso encheu-lhe os bolsos!
Um médico que tira o curso e nunca mais estuda, não pode ter os bolsos cheios porque... não conhece as novas técnicas, logo ninguém o vai consultar... digo eu!

Sergio Figueiredo disse...

Mundo utópico em que vives caro colega. É inocente esperar sempre o melhor das pessoas não te parece?

bruno maia disse...

Não sei até que ponto conheces o meu mundo o suficiente para o afirmares e de qualquer maneira simplesmente apresentei as razões pelas quais discordo do que afirmas! Somos todos diferentes e isso não nos dá o direito de fazer assumpções sobre os outros, quaisquer que estas sejam.
um abraço
bruno maia

Sergio Figueiredo disse...

Claro, completamente, mas parte-se sempre desse princípio quando se estabelece uma discussão. Ainda assim não me respondeste: não achas um pouco arriscado esperar sempre o melhor das pessoas?

Com respeito

Sérgio Figueiredo

Tiago Costa disse...

eu pensava que Picasso era um génio... e tal...

bruno maia disse...

Não!
Esperas o pior delas e vives uma vida solitária com medo de te confiares a um mundo que também é teu!
Não esperas nada delas e vives controlado, no eixo de ti mesmo, sem arriscares ganhar, pelo medo de perder!
Espera o melhor de todos e acima de tudo espera o melhor de ti mesmo, só assim podes iludir-te, desiludir-te, experimentar o melhor de todos nós e conhecer o pior que cada pessoa te reserva! Desilusão é aprendizagem e só quando aprendes é que podes não esperar o melhor dessa pessoa! Mas para além dela o mundo é feito.... de mais e mais pessoas!
Chama-me ingénuo, inconsequente, o que quiseres, mas a verdade é que já me desiludi mais do que a conta e, no entanto, tou sempre pronto a acreditar de novo!

Sergio Figueiredo disse...

independentemente das minhas experiências não era aí que eu queria chegar. Quando tens que formular opinião sobre uma entidade que nunca poderás conhecer (como Picasso), tens que assumir qualquer coisa sobre ela pelo seu trabalho. Não garanto plena isenção de influências quando faço essa opinião, que no caso de pintura até são bastantes, mas tento sempre fundamentar-me muito naquilo que opino.

Quanto aos quadros de Picasso, os melhores cubistas são os primeiros. Por outro lado, havia quem gozasse com o factor assinatura/dinheiro, como fez Duschamp.

É mais neste contexto que te pergunto. quando tens que recorrer aos preconceitos, quais é que escolhes, mesmo depois de informado convenientemente.