"[...] É normal na indústria musical, e não só, dizer-se que nos EUA e nalguns países europeus se vive numa ditadura disfarçada. Quantas bandas não elegem George Bush como inimigo número 1? Quantas músicas não falam de racismo social? Tirando a justeza de algumas das reivindicações, não deixa de ser evidente que, quer nos países asiáticos, quer nos africanos, se alguma banda se atrevesse a cantar ou vestir algo ofensivo para um líder taliban ou um rei saudita ou líder déspota africano não teria, seguramente, muito tempo de vida. Mal aparecessem em público seriam eliminados automaticamente. O mais grave é que mesmo na europa e nos EUA ninguém se atreve a chamar os bois pelos nomes, pois têm medo que lhes caia alguma fatwa, um decreto religioso que pode ir até à pena de morte. Lembram-se de Salman Rushdie?
Não tenho qualquer simpatia por George Bush, acredito que representa o pior que a direita conservadora tem. Que alguns franceses são arrogantes e racistas, também é pacífico. Mas queria era ver uma banda magrebina, por exemplo, a defender o consumo de álcool, a igualdade de tratamento entre homens e mulheres e, porque não, o direito ao aborto. Não, não estou a dizer que o fizessem em África. Estou a falar de França. Dessa forma, cantavam em nome do progresso."
Vítor Rainho, Director Interino do Blitz.
1 comentário:
Neste momento o maior poder está sobre os manipuladores da opinião pública. Concerteza os conservadores religiosos iriam usar os milhares de crentes contra a posição herética da banda. Isso geraría uma contra-reacção não moderada, pelos defensores dos 1os direitos, e tal criaria o conflito a que estamos já todos habituados, com, por exemplo, Marylin Manson.
Enviar um comentário