O crime, disse ela ao marido, parecia-lhe um acto profundamente humano, relacionado evidentemente com as zonas mais sombrias do humano, mas humano apesar disso. A arte, para pegar noutro exemplo, estava ligada a tudo: às zonas sombrias, às zonas luminosas, às zonas intermédias. A economia não estava ligada a quase nada, a não ser ao que havia de mais maquinal, de mais previsível, de mais mecânico no ser humano. Não só não era uma ciência, como não era uma arte, ao fim ao cabo não é coisíssima nenhuma.
Michel Houllebecq, "O mapa e o território" (Objectiva, 2011).
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