domingo, agosto 24, 2008

Wall.e


A primeira meia hora ou assim, em que o filme é (praticamente) mudo e vemos o pequenito a coleccionar pérolas do lixo, a encontrar interesse numa vida de rotina maçadora - em que o filme nos convence que um robô digital é mesmo feliz, curioso - é magia pura.

Os momentos em que Wall.e "chega a casa" e tira os trilhos das rodas como quem tira os sapatos, quando se encarta todo com medo e se transforma num cubo, quando enrola as "mãos" uma na outra, quando carrega as baterias ao sol e liberta um Macintosh startup chime - é impossível não reconhecer uma personalidade, aquele robô é uma personagem total, não é um adereço fofinho.

Quando o filme deixa a terra perde algum do interesse - ganha ritmo, mas estou convencido que a piada está toda naquele quotidiano inventado da primeira meia hora. Por essa primeira meia hora vale tudo a pena. Wall.e o filme, não se aguenta muito bem; Wall.e a personagem, é trabalho de génio.

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