domingo, março 30, 2008

Para fechar o capítulo Portishead



Esta chama-se "Seven Months", e é hoje (provavelmente) a minha música favorita deles.

By the way
, para os sortudos que ainda não estão totalmente intoxicados, este Roseland NYC Live é o melhor sítio para começar.

Por falar em intoxicação, acho que hoje este é o problema que tenho com eles: em tempos foram de tal forma o ai jesus! do meu universo musical, que hoje me surgem como uma espécie de monólito transportador de emoções. Ao ouvir a música deles, sinto que estou a ver um qualquer vídeo projectado em super8 (coisa que nunca fiz), com memórias ora felizes ora humilhantes de um período da minha vida em que estava, efectivamente, deslumbrado.
Os Portishead têm/tinham um significado tão profundo para mim, que, enquanto banda, estão mortos. Não interessa para onde vão, nem se o próximo álbum deles é o Ok Computer desta década. Não quero saber. Na minha cabeça, os Portishead pertencem a um mundo em que a Beth Gibbons podia fumar em palco e parecia cool. Mais do que isso, em 1994, quando eles estavam a explodir eu tinha 9 anos. Em termos cósmicos, falhei por pouco; na prática, passaram-me totalmente ao lado.
Surgiram mais tarde, enquanto objecto de um passado recente, que quase se podia tocar, mas ups, já tinha passado. Eram mágicos: estavam perto, mas bem que podiam ter vivido no mesmo espaço/tempo dos Beatles ou Doors. Não queria nada que se transformassem em mais uns Massive Attack, que de certa forma - e ao terem a atitude provavelmente mais honesta de continuarem a produzir - se tornaram em algo de mais familiar, banal.
Gostei muito do concerto de passada quarta-feira. Mas tenho medo de os preferir cristalizados.

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