terça-feira, setembro 25, 2007

Beijos e papas de leite

Ela dá-me beijos
E papas de leite
Faz-me um chapeuzinho
Com as nuvens do céu

Põe na minha boca
A cara de seda
E canta comigo
Para eu não chorar

Não chores, não chores,
Com os olhos em mim
Toma mel, menininha,
E a tua boneca
Peço a deus arco-íris
No céu para ti
E solinho para sempre

Ela abraça-se a mim
Em noites sem sono
Ela tem de chorar
Com as dores de crescer

Que sonhos terá
Nas primeiras noite
Quando me chamar
Pelo nome dela?

Eu vou dar-te beijos e papas de leite
Muitos mimos e doces para comprares por ti
Hás-de rir pela rua
Mais alto que eu
A crescer sozinho

Ela dá-me beijos
E papas de leite
E boas razões
Para me ter nascido

E a nossa cara
Com lustro de seda
Até se fanar
Até se fanar.

de Jorge Palma (Jorge Palma, 2001)

Eu não quero crescer sozinho. Decidi há algum tempo.

2 comentários:

Anónimo disse...

este poeta tem tanto de infinito..
"ela" faz as papas de leite que alimentam a bonadade do homem...

Tiago Costa disse...

Ela é mais do que isso. Mas isso é segredo e é meu.